Alô, alô! Acredito que esse seja realmente o primeiro post do blog, e espero nortear vocês com o projeto. Sem uma introdução longa, eu só quero falar sobre o blog e o post. Primeiro queria falar que eu fechei oficialmente o Bacon do Stewie, mas eu ainda tenho acesso aos posts. Eu falei que ia deixar como uma gaveta, mas prefiro que seja particular - talvez algum dia eu reative, mas vai dar um baita trabalho. Sobre o post, acho que não tenho nada preparado exatamente, só quero escrever um pouco de "cousas".

Uma das razões para eu começar o novo projeto, foi um filme que eu vi no início do mês. O filme descreve uma mini-biografia de Ian Curtis no seu período ativo. Ele era cantor e líder da banda Joy Division, uma grande representante da segunda geração do punk rock com uma vertente muito forte no melancolismo, e um vocal bastante escuro e ligeiramente sujo. Eu curto a banda desde 2007, mas nunca me interessei pela história da mesma. Mas eu conversei com um amigo sobre o suicídio do Ian Curtis e ele me contou diversas coisas sobre a história dele, que me deixaram bastante intrigado. Então ele comentou sobre o filme; decidi baixar. E no fim, eu fiquei apaixonado pelo filme, já vi ele umas 2 vezes e baixei os álbuns compilation da banda. No filme, eles mencionam o meu poema favorito, Os Homens Ocos, e quando eu reli o poema, eu decidi reorganizar algumas coisas na minha vida, e criar esse novo blog. Foi quase uma epifania. Não recomendo para ninguém o filme, que não seja um fã da banda. Foram poucas coisas no filme que eu tirei proveito. O filme é todo em preto e branco, e não em um tom "cult". Na verdade, é bem grosseira a intenção da coloração do filme, uma relação irrelevante com a neutralidade da vida do Ian. Uma outra coisa que notei, é que no filme, o Sam Riley que interpreta o Ian Curtis é idêntico ao Skandar Keynes. Mas fora isso, não tem nada de mais no filme, roteiro bem construído, normalzinho, boa atuação, figurino á época e ganhou o prêmio British Independent Film Awards de filme mais "cool". E se você se interessa pela história do mesmo, acho que vale a pena sim.

Eu também ando me dedicando a música cada vez mais, eu vi a pouco tempo um cast com a Natalia Aurea sobre sua vida, e eu voltei a me interessar de novo por tocar teclado, me dedicar a leitura de partitura, solfejo e tudo mais. Confesso que eu ainda não pratico como antes, e estou meio desleixado, mas eu ainda tenho que desenvolver o hábito - amor eu sei que tenho. Além disso, eu ando cogitando em não fazer faculdade de Letras, mas de música, e nesse caso, eu teria que adiar a faculdade algum tempo para melhorar minha leitura, solfejo e ouvido. Nada que demore muito, mas provavelmente vai acontecer. E com isso em mente, pretendo gravar um vídeo meu tocando greensleeves e postar aqui.

Uma outra coisa que eu gostaria de falar é sobre o musical RENT que eu assisti esses dias. O musical é incrível! As músicas não são puxadas demais, são bem dosadas, os cantores são muito bons, as letras não pecam em nada, não existe excesso, e dá pra chorar com o filme se você assistir ele umas duas vezes. O único problema do filme é que eles contam um período muito grande em pouco tempo, sem serem detalhistas, além de começarem a história pelo meio, então a gente acaba ficando meio perdido com a relação entre os personagens. Entretanto, eu gostei da história dos personagens, e além de tudo, o filme conta com a sopraníssima Idina Menzel, uma das minhas cantoras favoritas - que agora está cantando na nova franquia da Disney, Frozen. Eu pela primeira vez, eu prefiro o nome brasileiro, ao original. O nome brasileiro do filme é Boêmios, termo que tem uma relação muito maior com o filme do que Rent(aluguel) - que é só um objeto inanimado usado para unir as histórias dos personagens. Eu recomendo para todo mundo que gosta de musical e que não gosta. É um filme bom por si só. Além disso eu estou apaixonado por duas músicas do filme, Seasons of Love e Take or Leave me.

E para finalizar, eu só tenho a falar sobre o Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths que anunciou um novo projeto que será lançado em 2014. Eu já fiquei super ansioso quando houve especulações, depois de anunciado, eu estou olhando notícias todos os dias sobre o projeto, e estou ansiosíssimo por um single, uma imagem ou qualquer coisa que vaze. Se vocês não conhecem o trabalho dele ou da banda, vale muito a pena conferir. The Smiths foi considerada pela BBC a banda mais influente do século XX, ganhando até dos Beatles. Eles tem um trabalho incrível, além de contarem com o Morrissey que é um dos maiores representantes do veganismo, já tendo conseguido assinar um contrato com a McDonalds para fechar diversas representantes clandestinas - contrato que até Paul McCartney tentou realizar.

Bom é isso, e eu também queria saber se vocês acham que se eu coloco ou não o slide de posts na página inicial como tinha no Bacon do Stewie. Respondam nos comentários! Beijunda

Hey, Folks! Inauguro aqui meu mais novo projeto, o Cellar Door. Seguindo uma linha diferente do Bacon do Stewie - atualmente fechado -, eu usarei o blog como espaço livre. Sem restrições ou metas objetivas. Será um espaço para falar de tudo, e ainda ter tudo - por isso, não vou ficar alongando a descrição do blog.

Eu fechei o Bacon do Stewie porque acho que eu ofereci tudo que podia oferecer naquele blog. Eu queria há muito tempo começar um novo projeto. O Bacon do Stewie não é como uma outra fase da minha vida - mesmo sendo -, mas como um fragmento dela. Quero deixar o mesmo como arquivo na gaveta. Eu não quis excluí-lo, porque seria desrespeitoso com o tempo que gastei lá - por mais que existam coisas que me dão até coceira lá. Eu ainda postarei no Sepphia, entretanto, acho que nos inspiramos tanto no tema de inverno, que estamos hibernando.


A premissa do projeto é volúvel, então não quero falar sobre isso. Mas quero comentar sobre o layout e o título: Cellar Door é uma referência a um dos meus filmes favoritos, Donnie Darko. A professora Karen Pomeroy interpretada por Drew Barrymore comenta com Donnie que de todas as frases na língua inglesa, de todas as inúmeras combinações de palavras da história americana, Cellar Door é a mais bonita. Erroneamente o produtor apontou como linguista, Edgar Allan Poe, entretanto, foi Denis Norden que uma vez ouviu seu professor dizer que a sua palavra favorita era Cellar Door; e ele não muito atencioso a aula, só guardou isso, mesmo notando que não era apenas uma palavra, mas duas. Anos depois ele descobriu que a palavra era "Celador", mas disse que Cellar Door era ainda a sua favorita. E foi Geoff Nunberg que a apontou como a mais bela junção de palavras da língua inglesa. Ele também disse que o termo Cellar Door (porta de porão) é também relevante na fantasia, sendo usado como portal em Nárnia, Alice e Donnie Darko. A relação do nome com o blog, é que quero tornar do blog uma fenda para o meu eu imaginário[referência ao livro "O Problema do Sofrimento, C.S Lewis"]. No header está o título do blog, como é escrito pela professora Karen, ao lado do título está o coelho do filme Donnie Darko, e uma imagem do Morrissey - meu artista favorito e uma grande inspiração. Eu deixei o blog mais simples, porque eu não quero deixar vocês perdidos nele. Depois de um tempo, com muito post, talvez eu volte com o slide e um layout mais complexo, porém, não pretendo liberar a opção de tags no blog, acho desnecessário. E para finalizar o post, irei postar meu poema favorito:

"Os Homens Ocos

I
Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.

II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
- Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular

III
Esta é a terra morta
Esta é a terra do cacto
Aqui as imagens de pedra
Estão eretas, aqui recebem elas
A súplica da mão de um morto
Sob o lampejo de uma estrela agonizante.
E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam as pedras quebradas.

IV
Os olhos não estão aqui
Aqui os olhos não brilham Neste vale de estrelas tíbias
Neste vale desvalido
Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos
Neste último sítio de encontros
Juntos tateamos
Todos à fala esquivos
Reunidos na praia do túrgido rio
Sem nada ver, a não ser
Que os olhos reapareçam
Como a estrela perpétua
Rosa multifoliada
Do reino em sombras da morte
A única esperança
De homens vazios.

V
Aqui rondamos a figueira-brava
Figueira-brava figueira-brava
Aqui rondamos a figueira-brava
Às cinco em ponto da madrugada
Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Tomba a Sombra
A vida é muito longa
Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.
(tradução: Ivan Junqueira)" - T.S.Eliot