Oooi! Até que enfim, depois de anos no jornal do ônibus, mais desaparecido que o Moro em Abril, mais difícil de ser achado do que a integridade do Temer, estou de volta, já fazendo aquele shade político nesse dia tão cheio de áudios e baixos. Já está quase completando outro ano que não posto aqui no blog e eu realmente pensei em desistir, mas bastou uma lida no meu último post para me motivar a voltar com o blog. Eu reli tudo o que escrevi e consegui perceber como eu consegui ser sucinto e objetivo. Temia ser taciturno, ou confuso, mas acho que eu consegui expressar bem aquilo que eu precisava. E movido por essa percepção, decidi escrever sobre algumas coisas que aprendi nesse tempo; tanto do ano passado quanto desse. Não seriam dicas, mas ainda, anotações sobre experiências vividas. Não acredito que nada do que eu tenha aprendido, alguém aprenderia lendo um blog, mas apenas vivendo de forma pessoal essas experiências, elas seriam capazes de serem lapidadas a fim de se tornarem melhores. Acredito que essa temática não seja corriqueira no blog; pretendo falar sobre ANTI, Lemonade, filmes, séries, música, arte, eventos, pessoas e também surpresinhas. Mas como foi um assunto como esse que me motivou, decidi dar continuidade ao último post e falar sobre experiências, até mesmo para tentar abafar a lacuna entre as postagens.

Libertation of St. Peter from Prison
Steenwyck Hendrick van II

Desde o último post, eu vivenciei muitas coisas, mas uma delas que me fez amadurecer muito; é, talvez, uma epifania. Uma percepção que tive sobre mim mesmo. Dentre uma série de situações parecidas, eu me deparei com a minha falta de atenção. Mas dessa vez, aquilo realmente me incomodou. Uma amiga minha me pedia para passar uma informação a alguém que realmente se interessava em ter conhecimento sobre o assunto. Havia traição e mentiras envolvidas, mas enquanto ela me contava, eu me encontrava atribulado, pensava mesquinhamente e de forma sistemática sobre conflitos pessoais. Estava preso dentro de um emaranhado de pensamentos, inseguranças e dúvidas, por isso, não conseguia perceber os detalhes da história para reproduzí-la. Precisei perguntar mais duas vezes para assimilar bem, porque em todas eu ainda me perdia em alguns momentos. Quando eu finalmente fui contar a história, percebi que eu ainda perdi alguns detalhes e não pude completar algumas informações. Era uma história longa, mas de fácil assimilação, Mas mais que isso, aquela situação, era algo que acontecia repentinamente. 

Eu constantemente me perco em conversas. Lembro dos momentos em que minha mãe me buscava na escola. Acho que acostumei ela com uma característica minha; ser taciturno e ríspido depois de qualquer atividade mental cansativa. Ela ficava horas falando sobre diversos assuntos e não se incomodava com o fato de eu não comentar praticamente nada do que ela falava. Por eu as vezes comentar, eu talvez tenha convencido-a de que eu estava escutando. Mas acontece que em muitos momentos eu começava a pensar sobre mim, sobre coisas que me aconteceram e por alguns minutos, eu estava fora daquele carro e não ouvia nada do que minha mãe dizia, então eu era trazido de volta por uma pergunta ou quando ela pedia uma confirmação para algo que ela disse. Isso costumava acontecer em palestras, cursos, aulas, cultos, conversas, terapia e diversos outros momentos. Eu acredito que seja um evento comum a todo ser humano, mas a frequência era muito grande para ser normal.


Percebi o quanto eu estava preso nos meus pensamentos e a partir daquele momento eu comecei a me dedicar a ouvir as coisas; a viver o mundo fora da minha mente. Isso me acordou de uma forma muito boa. Eu comecei a perceber que eu não vivo realmente as coisas, e isso, de uma forma muito interessante. Eu acreditava mesmo que por ficar mastigando as coisas em meus pensamentos, eu estava vivendo-as mais intensamente. Porém, era o contrário, ficar dissecando toda experiência que eu vivia, criava falsas experiências. Eu não me permitia viver instintivamente nada. Se alguém me desse uma resposta com um tom um pouco diferente do esperado, isso me fazia criar inúmeras razões para justificar a maneira estranha de responder, e essas razões me levavam a imaginar situações e eu acabava me perdendo de novo em pensamentos. Eu tinha um controle muito raso do meu foco e isso me fez perder muitas coisas, até mesmo a paz. 


Essa mudança ainda está em curso, mas já consigo perceber o quanto eu estou vivendo as coisas melhor. O quanto as minhas inseguranças em relação às situações diminuíram. Eu costumava ficar imaginando possíveis respostas à ações minhas e isso me impedia de tomá-las. O que me deixava mais inseguro, o que me fazia ficar mais preso a meus pensamentos. Era realmente uma prisão que eu havia criado em minha mente. E essas inseguranças não permitiam algo que se expandia em mim, que relutantemente travava batalhas contra essa prisão por meio de mensagens que eu demorei bastante a captar. Elas não permitiam que eu fosse eu mesmo. Essa epifania desencadeou diversas outras, as quais me fizeram evoluir em instantes, racionalmente. Num âmbito emocional, ou ainda, físico, eu não havia ainda realizado essa mudança. Acredito que para surgir uma mudança completa, será necessário tempo e experiências.



Outra percepção desencadeada por essa epifania foi em relação a minha falta de praticidade e criatividade para criar escapes, ou improvisar. Devido a minha mente voltada apenas para mim mesmo, eu demorava mais para digerir informações. Por mastigar tudo que me era entregue, eu não tinha o costume de agir de forma prática, mas de ficar tentando entender o tom de cada sílaba pronunciada, eu acabava me distraindo ou demorando para poder calcular uma resposta. Isso, somado a minha insegurança de não agir com prontidão com medo da resposta alheia, me travavam ou me tornou lento em diversas situações. Uma prisão que puxava outra. Mas acredito que com o tempo, conseguirei me livrar de todas essas cadeias que criei. 

Amadureci de outras formas também. Assim como me tornei mais amargo. Experiências ruins me deixaram bastante desacreditado, e isso, talvez, tenha feito eu criar um laço muito forte comigo mesmo. De confiança pessoal. Não tenho mais desejo de me entregar plena e genuinamente a alguém, sem antes perceber um número ao menos centenário de razões para poder confiar nessa pessoa. Por viver muito em meu mundo, acabava projetando muito nos outros, eu mesmo. Achava que elas agiriam como eu, que quando eu fosse genuíno e verdadeiro, elas também seriam. Engano meu.

Eu não pretendo ler agora tudo que escrevi, mas espero que tenha deixado tudo claro e em um português intendível. Tenho o costume de começar a escrever algo*, voltar, escrever outra coisa e deixar fragmentos da última no texto, isso acontece muito, então se tiver algo que não consiga entender, tente remover uma palavra ou algo do tipo, porque não pretendo reler o post haha
Mas em breve voltarei com mais postagens - EM BREVE MESMO - e vou falar de roles, amigos, da Iza linda que veio aqui em BH e de muita coisa boa. Amo vcs <3 Aliás, depende de quem ta lendo...

*ou me avisa para que eu possa concertar o texto :P

Olá! Essa parte eu sempre escrevo depois que termino o post e acho importante falar sobre o que vocês vão encontrar. Tentei expor ao máximo o que andou acontecendo comigo, mas como eu estava muito resistente, tentei fazer da maneira mais genuína possível: sem parar de escrever. Enquanto eu ouvia algumas músicas fui escrevendo tudo que eu pensei. Não coloquei nenhuma imagem, o que pode deixar o texto menos dinâmico. Mas acho que prefiro nesse formato.:
Desde o Bacon do Stewie, creio que este foi o maior intervalo entre postagens que eu tive em um blog pessoal. Faz mais de um ano que não posto nada no blog, e desde esse último dia aconteceu tanta coisa comigo, que não sei se vou conseguir dosar tudo que quero falar e alinhar isso tudo em apenas uma postagem. Verdade é que nem tenho vontade de falar sobre a maioria das coisas que aconteceram, mas bateu uma vontade de dar uma aparecida por aqui. Só estou escrevendo o que está, agora, me parecendo relevante pra compartilhar ou qualquer coisa que eu queira jogar aqui. Não estou com vontade de falar de música, filme nem séries, mas me parece mais fácil do que falar sobre qualquer coisa que está acontecendo comigo. Eu inclusive tentei escrever esse post várias vezes, mas na metade eu perdia vontade. Confesso que só aqui na introdução, eu fugi de continuar escrevendo diversas vezes. Estou tentando ouvir qualquer música pra ver se isso me alivia os nervos e eu consiga sintetizar as coisas melhor.

Esse ano de diversas formas, eu me descobri muito, me permiti muito. Acho isso inclusive, de extrema relevância, porque uma vez que nós abrimos nossa mente, e abraçamos qualquer oportunidade de conhecer algo novo, nós, de alguma forma, conhecemos a nós mesmos melhor. E isso de uma forma bastante peculiar. Quando a nossa realidade é alterada por alguma experiência nova, nossa reação a essa descoberta, é o que revela um novo fragmento nosso. E algumas vezes, a experiência alheia, já nos revela essa nova porção da nossa realidade. Mas em alguns momentos, há necessidade de uma experiência pessoal com o fenômeno para ativar o nosso real conceito sobre aquilo qual acabamos de descobrir. Também há, ainda, momentos em que a conceituação desse fenômeno exige que aquele que o vivenciou, precise analisar, desenhar sua experiência, para conseguir assim, perceber como ele se sente sobre aquilo. Essa necessidade não surge do acontecimento ou sua proporção, mas surge da resistência que a pessoa tem de experienciar algo novo, diferente.

E por mais desinteressante e pouco revelador que seja essa maneira subjetiva de falar sobre o que anda acontecendo, já me alivia bastante. Não há nada tão comprometedor, ou de risco para que eu não possa revelar, mas há grande valor pessoal em tudo. E de qualquer forma, eu queria falar um pouco sobre qualquer coisa que aconteceu esse ano. Bom, há alguns anos que 2015 era o ano do ENEM. Doaria coração, tempo, mente e alma para passar num curso que nem exige tanto. Esse desespero meu, era harmonioso com alguns amigos meus que andavam com os mesmos conflitos. Inscrevendo-me em um cursinho pré vestibular, descobri uma amiga minha que fez o segundo e o terceiro ano comigo que estava fazendo o mesmo curso que eu, assim, costumávamos sair juntos depois do curso dela - ela fazia no turno da tarde e eu da noite. Íamos ao shopping, sentávamos na mesa mais próxima da apresentação musical da praça de alimentação, e ficávamos ou por conversar ou por ouvir a música. De qualquer forma sempre era um programa bom pra clarear a mente. Junto à isso, em Abril eu comecei um trabalho de meio horário em um cartório. Portanto, eu passava a maior parte do dia fora de casa, e todo dia era bastante exaustivo. Até me adaptar à rotina do cartório, tive bastante dificuldade em manter a atenção, em realizar tudo com excelência - como é premissa da empresa -, portanto houveram dias de cansaço tanto emocional, quanto físico pela nova rotina. Acordava às 6 horas, saia de casa, voltava às 23 horas, já depois do curso.

Em alguns dos dias que eu saí pra relaxar depois do serviço, eu conheci um grupo de amigos de uma escola próxima ao meu serviço. Acho que me fez bem conhecer um grupo de pessoas novas. Além de algumas que eu encontrei, conheci muitas pessoas novas em uma praça próxima ao meu serviço e à escola. A maioria dos alunos tinham o costume de ir pra lá depois das aulas. E dentre elas, esse primeiro grupo se aproximou mais de mim. Foi recíproco a proximidade e a intimidade. Com o tempo, me tornei, com eles, bons amigos. Acabou se tornando rotineira a ida à praça nas sextas pra encontrar esses amigos. E com tempo, se tornaram tão pessoais comigo, que pude compartilhar meus segredos pra eles. Isso dentre tantas coisas que só pela invocação da memória são amargas, esse ano, essa foi uma das poucas que me foram especiais. Talvez se eu continuar a postar, eu fale mais sobre eles com o tempo. De qualquer forma, acabei desvirtuando o rumo que eu decidira no início do ano. Me ocupei muito com essas saídas, me distraí durante o ano e eu acabei me expondo muito. Não sei se como reflexo da pressão, mas eu explodi muitas vezes, e essas explosões me queimaram muito.

Apesar de não ter ganho esse ano o que eu tinha em mente, acredito que ganhei grandes amigos, experiências que me tornaram mais maduro em uma amplitude quase absoluta nas minhas decisões futuras. Eu sou uma pessoa bem diferente de quem eu era ano passado, tanto pra mim mesmo, quanto para outras pessoas. Estou mais cético, mais racional, e estou começando a notar melhor os erros que eu já cometi. Verdade é que me conheci melhor. E esse conhecimento eu só fui capaz de alcançar me permitindo algumas coisas. Algumas permissões que as vezes não foram nem voluntárias, digo, houve vezes que algumas coisas aconteceram comigo por forçassão de barra alheia. Mas dentre tudo que aconteceu, é uma ótima imagem pra eu refletir nos próximos anos. Não tenho bastante expectativa do ano que vem, mas quanto a esse, acho que se com a oportunidade, eu viveria tudo outra vez. Essa falta de arrependimento, por mais que entristecedora pra mim, é genuína.

E durante todo esse processo, houveram momentos em que eu saí bastante saturado. Fui afetado por muitas coisas que eu mesmo fiz. E durante todo esse tempo queria agradecer aos meus amigos que ficaram ao meu lado. Não sei quanto ao fim do ano, mas agora pretendo sair com minhas amigas da escola que passaram o ano todo estudando, a Gabi e a Kaleandra e vai ter um super rolê que eu vou encontrar a IZA e vai ser SCHOCKQ! Vamo destruir essa Belo Horizonte! Bastante capaz que essa subjetividade toda confunda alguém que tente ler o texto, mas eu espero ter sido tão claro quanto possível. Grato!


Como eu comentei no último post, eu pretendo falar sobre O Mágico de Oz. O texto é extremamente denso, eu levei alguns dias para escrevê-lo; nele, eu comentei bastante sobre as influências ocultista da história, da sua perspectiva política e religiosa, das adaptações da mesma e a continuação dessa linha ocultista. O texto vai ser um ajuntado de informações, então tudo o que eu falar serão fatos, e uma junção deles com uma perspectiva conspiracionista. Embora exista um momento em que eu fale a minha opinião sobre o assunto. Então, não é nada superconspiracionista. As fontes e referências serão marcadas por números representando o link. Fiquem atentos, caso queiram conferir as informações, embora eu não pretenda copiar nada, se não traduzir alguns textos e encaixar no contexto do que estou escrevendo - algumas fontes são em inglês, qualquer dúvida é só comentar. Eu vou falar da ligação de Wizard of Oz com o ocultismo e principalmente Crowley. Eu não vou falar muito sobre Crowley porque da pano pra manga. O básico é que ele era um satanista confesso, se auto-intitulava Besta 666 e dizia estar preparando o mundo para o Anticristo. Existem diversas teorias sobre Crowley, então é bem complicado falar sobre o cara. Pra você ter uma ideia, existe até quem fale, que ele seja o bisavô do George W. Bush - o que é um pouquinho provável. De qualquer maneira, não vale a pena falar tudo sobre ele, então, se acabarem ficando interessados, podem me contactar ou dar uma pesquisada. Mas bora lá:

The Wonderful Wizard of Oz foi escrito por L. Frank Baum; ele foi o primeiro livro em uma série de quatorze outros. Embora todos os outros falem sobre OZ, nós iremos falar especialmente sobre esse primeiro. 

Lyman Frank Baum era membro da Sociedade Teosófica. Uma dos fundadores da mesma era Helena Blavatsky, uma grande amiga de Aleister Crowley. Embora Helena tenha criado a Sociedade no dia em que Crowley nasceu, ele era muito mais respeitado pela sociedade ocultista, uma vez que ele é o maior representante da mesma desde século IX até hoje. Ele reconheceu Helena como Praticus na sua sociedade A∴A∴ ou Astrum Argentum no livro "Liber LXXI The Voice of the Silence" além de considerar bastante especial ele ter nascido na data de criação da Sociedade Teosófica. Embora ele não fosse o maior fã da sociedade, os membros da mesma guardavam um grande respeito por ele e seus conhecimentos ocultistas.


A relação de Crowley com Baum, embora indireta, é bastante extensa. A origem da palavra OZ é muitas vezes descrita como desconhecida, porém a palavra não é nada mais do que "bode" em hebraico. A palavra original é ayin-zayin(עז) que significa bode, é muitas vezes transcrita como Oz ou Az, e foi essa transcrição que originou o nome Azima ou o Bode de Mendes ou Baphomet [1], Aleister Crowley foi o primeiro a interpretar o nome Baphomet e dar uma razão para idolatração do mesmo pelos cavaleiros templários. Ele dizia significar "Beta alpha phi eta mu eta tau epsilon omicron sigma"; Pai Mitra, ou "eta phi alpha sigma" que era o "título místico" que Cristo deu a Pedro. O Bode de Mendes era, para Crowley, a definição correta do Diabo popular - que para ele não existia como a imagem que as pessoas construíram.[2] Baphomet também era o apelido que Crowley deu à sociedade secreta que ele criou, O.T.O. (Ordo Templi Orientis), uma religião baseada no livro da Lei de Crowley ou lei de Thelema - que começou a ser manifesta no Brasil por Raul Seixas e Paulo Coelho. Portanto, partindo dessa premissa, podemos traduzir O Maravilhoso Mágico de Oz como O Maravilhoso Mágico do Bode de Mendes e Terra de Oz como Terra de Baphomet.

Crowley desejava assistir o filme The Wonderful Wizard of Oz na época que estava no cinema, mas ele não conseguiu e comentou que ele não achava relação com o nome do filme com Liber Oz, acreditando que foi apenas um judeu ou alguém fluente em hebraico que colocou um título curioso por coincidência, portanto, era só um nome com características ocultistas para ele. A verdade é que Crowley, até esse momento, não estava a par da fama de Frank [3]  o que mudou em 1947 quando leu o livro de Frank e comentou sobre o Leão ser um personagem muito cômico com sua covardia, e analisou a sua participação com as bruxas. [4] Quando conseguiu ver o filme, reconheceu as influências ocultista, e a sua própria influência no filme, embora não tenha as reconhecido no livro, se não as teosofistas.

Já explicada a relação de Frank com o ocultismo, eu vou falar sobre o livro agora. Dorothy é uma menina que deseja partir dos desencantos da vida rural, medonhamente entediosa e cíclica. Portanto, ela começa a desejar por um mundo além dos limites da gravidade, até que ela é carregada por um ciclone para uma terra desconhecida. Lá ela busca ajuda para voltar à sua terra, e para voltar ela precisa achar o Maravilhoso Mágico de Oz. Para chegar ao Mágico de Oz, Dorothy deve partir da terra da Bruxa Boa do Norte para a capital da Esmeralda, seguindo a estrada dourada. O caminho segue em um formado de um espiral. De acordo com a filosofia teosófica o espiral é "O caminho de um ponto (geralmente plano) que se move em torno de um eixo enquanto continuamente se aproxima ou se afasta dele, também usado frequentemente para uma hélice, que é gerada pela composição de um movimento circular em uma linha reta. A hélice é uma ilustração do curso da evolução, que traz consigo o movimento em direção ao mesmo ponto, mas sem repetição. A serpente e os números 8 e, denotando a Ogdoad e infinito, signficam o movimento em espiral cíclico. O curso de Fohat no espaço é em espiral, e espírito desce à matéria em cursos de espiral. Repetindo o processo pelo qual uma hélice é derivado de um círculo produz um vórtice. As complicadas espirais da evolução cósmica trazem o movimento de volta ao ponto em que começou com o nascimento de uma era cósmica."- The Encyclopedic Theosophical Glossary [5] O caminho dourado também é usado como
início de uma viagem espiritual para os budistas.

Além disso, a maneira que Dorothy é levada para as terras de Oz é através de um ciclone, que não é nada mais do que um espiral de vento. É uma outra maneira que ela viaja do mundo físico para o astral através de um espiral. A Bruxa do Norte também dá a Dorothy um sapato prateado - no filme é vermelho/rubi - antes dela seguir viagem, em mérito da menina ter matado - acidentalmente - a Bruxá má do Leste. O sapato prateado é uma representação do cordão de prata da Teosofia: "Na Teosofia, um corpo físico e um corpo astral são conectados através de um 'cordão de prata', uma ligação mítica inspirada por uma passagem na Bíblia que fala de um retorno de uma busca espiritual. 'O cordão de prata sempre será solto,' diz o livro de Eclesiastes(Eclesiaste 12:6), em seguida, 'o pó volte à terra como era, e o espírito volte a Deus que o deu'.  Na escrita do próprio Frank Baum, o cordão de prata da viagem astral iria inspirar os sapatos prateados que conferem poderes especiais a quem os usa " - Evan I. Schwartz, Finding OZ: How L.Frank Baum Discovered the Great American Story. Os sapatos de prata não são apenas a ferramenta que traz Dorothy de volta para casa, fazendo ela voltar da sua busca astral para o seu corpo físico, mas também como passagem para a cidade das esmeraldas para conhecer Oz, entrando no estado mais profundo da sua viagem astral. O desejo de Dorothy de ir além da lua não seria nada mais do que ultrapassar o Nadir, e alcançar, através do espírito o que ela realmente precisava. A relação de Dorothy com os personagens também tem uma relação intrínseca com a teosofia; Toto, de acordo com Evan I. Schwartz, era a intuição de Dorothy, ele que fez ela perceber que o Espantalho podia falar, latindo para ele, ele que mostrou que o Mágico não passava de uma fraude e ele que tirou Dorothy do Balão de Ar, o que fez ela perceber a magia que ela possuía dentro de si. Já as bruxas, elas representam dimensões espirituais, onde no Leste e no Oeste está o mal, o material, o feio e no Sul e no Norte o bom e divino. E o Mágico representa o Deus cristão na perspectiva teosófica e um tanto Crowleyana, de que Ele tivera sido uma criação feita por charlatões que tentavam idealizar um deus, que realmente existia, mas era bastante diferente. [6] E os amigos de Dorothy não são nada mais do que os desafios internos que Dorothy deve passar para atingir o seu mundo Astral, baseado nos escritos de Helena Blavatsky. O Leão precisava de coragem, o Espantalho de um cérebro - intelecto - e o lenhador de lata de um coração - pureza. E de acordo com os escritos de Helena: "Não há perigo de que a intrépida coragem não pode conquistar, não há prova de que uma pureza imaculada não consegue passar, não há dificuldade que um intelecto forte não possa superar" - H.P. Blavatsky [7]. Para localizar vocês quanto a relevância dos textos, Evan. I Schwartz foi um dos maiores e mais relevantes biógrafos de L. Frank Baum que escreveu: "Finding Oz: How L. Frank Baum Discovered the Great American Story" que foi extremamente elogiado na crítica.

Mas onde começa a estabelecer a ligação entre Oz e Crowley é no clássico cinematográfico de Victor Fleming, "The Wizard of Oz". O ponto de partida do filme ainda parece com a relação dos escritos da Helena e da teosofia; ela se situa no monótono; no físico e deseja partir para essa experiência da imaginação; do espírito. Mas o momento em que a relação e o desejo pelo astral que Dorothy possui se manifesta, é quando ela encontra o Professor Marvel. Ele é um personagem criado pelo filme, ele não aparece no livro de L. Frank Baum. O mais interessante do personagem é o cenário, confira no slide abaixo algumas características do cenário intrigantes; o primeiro símbolo que vimos é o septa ou heptagrama ou ainda, a estrela de Babalon que representa para as religiões pagãs antigas os sete planetas e os sete dias da semana, porém, Crowley, junto com a teosofia, descrevia o heptagrama, que era o símbolo da Thelema e da O.T.O, as religiões criadas por Aleister dessa maneira: "Este foi um nome que ela escolheu enquanto meio ébria, como um plágio da lenda teosófica, mas contendo muitas das nossas letras-números-chaves dos Mistérios; também, o número de pétalas do mais sagrado lótus. Sua soma é 1001, que é também Sete vezes Onze vezes Treze, uma série de fatores que pode ser lida como: o Amor da Mulher Escarlate pela Magia produz Unidade, em hebraico Achad. Pois 7 é o número de Vênus, e o Nome secreto de sete letras de minha concubina BABALON é escrito com Sete Setes, assim: 77 + (7 +7)/7 + 77 = 156, o número de BABALON." - Aleister Crowley [7] - a posição para o ritual com o heptagrama, é a mesma do Baphomet.  Atrás da Dorothy também aparece um pentagrama invertido, símbolo do Bode de Mendes, que já comentamos ser adaptado na maçonaria, Illuminati e no Thelema, assim como o formato da varinha Bruxa Boa do Norte - sei que soa bastante conspiracionista, e até certo ponto concordo, mas como eu já comentei, é um ajuntado de informações. Além disso, para Dorothy entrar em contato com o astral, ela precisaria ficar entre as duas velas, que representariam as duas pilastras para a iniciação maçon - Crowley era do 33º grau da maçonaria, e era líder de diversas lojas maçons em Londres. Além disso, Crowley foi inspirado por Aiwaz ou Aiwass para escrever o Livro da Lei do Thelema, que ele considerava o seu Eu superior ou o pai de Hoor-paar-kraat (Hórus, o filho). De acordo com a mitologia egípcia, os pais de Hórus são Osíris e Ísis, e o professor Marvel, usa a bola de Cristal para consultá-los. Logo, há quem diga que o personagem criado para o filme, seja uma representação do Crowley ou de um seguidor da filosofia ou religião Thelema. Além disso, a ilusão visual feita pelo Mágico de Oz para que ele se apresente, é bastante similar com o desenho de Aiwass feito por Aleister para descrevê-lo.


Outra ligação do filme com Crowley é o livro Liber Oz, o Livro 77 da lei. Liber Oz é um livro de uma página só, e foi escrito para Louis Wilkinson. Todas as palavras do livro, em inglês, não contêm mais do que uma sílaba. Ele é apenas uma síntese das leis do Thelema, que foram as palavras que Aiwass usou para falar com Crowley. As leis que Crowley escreve na página, não são nada mais do que a descrição dos desejos dos personagens do filme que buscam ao Crowley. O espantalho desejava pensar, ganhar um cérebro - "3- O homem tem o direito de pensar o que ele quiser ", o lenhador de lata desejava amar, ganhar um coração - "4- O homem tem o direito de amar como ele quiser" e o Leão desejava poder matar, ter coragem - "5- O homem tem o direito de matar aqueles que possam frustrar esses direitos"[8]


Aleister invocou Aiwass na Pirâmide de Giza, onde também invocou Thoth. E para chegar ao professor, Dorothy precisa atravessar uma ponte no formato de um prisma triangular, mas daí eu vou envolver outro assunto; o The Dark Side of The Rainbow. Uma sincronização audiovisual do filme The Wizard of Oz com o álbum The Dark Side of The Moon do Pink Floyd. Alguns acreditam que seja apenas um evento apofônico ou um Viés de confirmação. Entretanto, existem várias sustentações para essa teoria, assim como no vídeo do link acima e este site. Na capa do álbum, percebemos que o evento da ótica que descreve a cor branca como uma composição de todas as cores, logo, quando a cor branca atinge o prisma - um polígono 3D -, ela sairia do outro lado formando um tipo de arco-íris.[9] E os membros do Floyd chegaram a passar pelas pirâmides do Egito para tirar uma foto, mas acabaram optando por deixar um prisma comum. [10] Além disso, o A-Side do álbum, sincronizado com o filme, acaba no momento em que o filme se torna colorido. Partindo dessa premissa conspiracionista, Dorothy fica no mundo in-color, até o momento que começa a viagem do físico para o astral, atravessando o prisma da ponte. Logo, o prisma, a pirâmide também seria onde ela se conecta com Aiwass através do professor Marvel. 

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Além disso, podemos ver na capa do álbum "P.U.L.S.E" dentro de um globo ocular; Uma garota com sapatos de rubi, um robô com seus mecanismos soltos, uma bicicleta muito parecida com a que Almira Gulch usava no filme e as Pirâmides do Egito no lado exterior do globo ocular. Embora a maior parte dos membros do Pink Floyd tenham negado a relação, menos Richard Wright que foi o que fez a última edição nas músicas e compôs suas maiorias, além de ter tido a ideia para a capa do álbum, de ambos. *Embora seja, para mim, inegável essa ligação, não concordo com esse viés conspiracionista em seu todo. Até porque sou fanzinho do Floyd* A viagem de Floyd no Egito durou pouco e breve regressaram para Londres para prosseguirem no disco. Depois de ouvirem sobre as comparações do álbum com o filme, assumiram que houveram mudanças no álbum, antes de sua remasterização. Além disso, Pink Floyd usara Backmasking(uma técnica sonora que usa multicanais para passar uma mensagem no disco quando ele é tocado ao contrário) em várias músicas como em "Empty Spaces". Embora os psicanalistas declarem que as mensagens ao contrário não causem efeito nenhum no cérebro humano, no livro "Magick (Book 4)" onde ele ensina um adepto do Thelema a passar mensagens para seguidores através de discos invertidos. Além disso, Aleister Crowley escreveu o livro Moon Child ou Liber 81 onde ele escreve um capítulo chamado The Dark Side of The Moon. Ele comenta que a Lua seria um símbolo das pessoas comum, entretanto, o seu lado escuro, seria o que elas possuem por dentro, logo, a parte visível da lua seria a ponta do iceberg, fazendo uma ligação da lua com Iliel - um personagem que representa a lua nesse momento, que possuía seu microcosmo [11] 

Bom, ainda existem outros elementos nos outros livros relacionados ao ocultismo e o filme Oz: The Great and Powerful. Mas se eu usar esses exemplos eu vou estender muito o texto, e acho que já está grande o suficiente. Agora é a hora de falar a minha opinião; eu não sou bastante conspiracionista embora eu considere que eu conheça a vida de Crowley e reconheça que ele esteve próximo a diversos poderes governamentais tanto da Europa quanto das Américas, e ele deixou ordens para diversos poderes que estavam envolvidos em sociedades secretas - a maior parte dos políticos e poderes federais nos EUA estão envolvidos na maçonaria, considerando até que George Washington foi um dos primeiros maçons - para que prosseguissem na introdução do ocultismo no mundo, uma vez que Crowley dizia que ele estava preparando o mundo para o anticristo, eu não sou tão persuadido por essas teorias conspiracionistas, e eu consigo enxergar além de tudo isso, o que realmente existe no Mágico de Oz, ainda como valor moral. Creio que a teoria de Einstein de que nenhum ponto de vista é absoluto também caiba muito bem na interpretação textual, e para mim, Oz é, antes de tudo isso, um conto de fadas que não quer dizer nada além de que fantasia, desejo ou sonho nenhum é capaz de suprir a falta do amor familiar e do lar. Provavelmente deixei vocês com alguma dúvida, até porque eu nem vou me dar ao trabalho de revisar esse texto enorme, então qualquer coisa é só me perguntar nos comentários. Obrigado por ler até aqui!