Oooi! Até que enfim, depois de anos no jornal do ônibus, mais desaparecido que o Moro em Abril, mais difícil de ser achado do que a integridade do Temer, estou de volta, já fazendo aquele shade político nesse dia tão cheio de áudios e baixos. Já está quase completando outro ano que não posto aqui no blog e eu realmente pensei em desistir, mas bastou uma lida no meu último post para me motivar a voltar com o blog. Eu reli tudo o que escrevi e consegui perceber como eu consegui ser sucinto e objetivo. Temia ser taciturno, ou confuso, mas acho que eu consegui expressar bem aquilo que eu precisava. E movido por essa percepção, decidi escrever sobre algumas coisas que aprendi nesse tempo; tanto do ano passado quanto desse. Não seriam dicas, mas ainda, anotações sobre experiências vividas. Não acredito que nada do que eu tenha aprendido, alguém aprenderia lendo um blog, mas apenas vivendo de forma pessoal essas experiências, elas seriam capazes de serem lapidadas a fim de se tornarem melhores. Acredito que essa temática não seja corriqueira no blog; pretendo falar sobre ANTI, Lemonade, filmes, séries, música, arte, eventos, pessoas e também surpresinhas. Mas como foi um assunto como esse que me motivou, decidi dar continuidade ao último post e falar sobre experiências, até mesmo para tentar abafar a lacuna entre as postagens.

Libertation of St. Peter from Prison
Steenwyck Hendrick van II

Desde o último post, eu vivenciei muitas coisas, mas uma delas que me fez amadurecer muito; é, talvez, uma epifania. Uma percepção que tive sobre mim mesmo. Dentre uma série de situações parecidas, eu me deparei com a minha falta de atenção. Mas dessa vez, aquilo realmente me incomodou. Uma amiga minha me pedia para passar uma informação a alguém que realmente se interessava em ter conhecimento sobre o assunto. Havia traição e mentiras envolvidas, mas enquanto ela me contava, eu me encontrava atribulado, pensava mesquinhamente e de forma sistemática sobre conflitos pessoais. Estava preso dentro de um emaranhado de pensamentos, inseguranças e dúvidas, por isso, não conseguia perceber os detalhes da história para reproduzí-la. Precisei perguntar mais duas vezes para assimilar bem, porque em todas eu ainda me perdia em alguns momentos. Quando eu finalmente fui contar a história, percebi que eu ainda perdi alguns detalhes e não pude completar algumas informações. Era uma história longa, mas de fácil assimilação, Mas mais que isso, aquela situação, era algo que acontecia repentinamente. 

Eu constantemente me perco em conversas. Lembro dos momentos em que minha mãe me buscava na escola. Acho que acostumei ela com uma característica minha; ser taciturno e ríspido depois de qualquer atividade mental cansativa. Ela ficava horas falando sobre diversos assuntos e não se incomodava com o fato de eu não comentar praticamente nada do que ela falava. Por eu as vezes comentar, eu talvez tenha convencido-a de que eu estava escutando. Mas acontece que em muitos momentos eu começava a pensar sobre mim, sobre coisas que me aconteceram e por alguns minutos, eu estava fora daquele carro e não ouvia nada do que minha mãe dizia, então eu era trazido de volta por uma pergunta ou quando ela pedia uma confirmação para algo que ela disse. Isso costumava acontecer em palestras, cursos, aulas, cultos, conversas, terapia e diversos outros momentos. Eu acredito que seja um evento comum a todo ser humano, mas a frequência era muito grande para ser normal.


Percebi o quanto eu estava preso nos meus pensamentos e a partir daquele momento eu comecei a me dedicar a ouvir as coisas; a viver o mundo fora da minha mente. Isso me acordou de uma forma muito boa. Eu comecei a perceber que eu não vivo realmente as coisas, e isso, de uma forma muito interessante. Eu acreditava mesmo que por ficar mastigando as coisas em meus pensamentos, eu estava vivendo-as mais intensamente. Porém, era o contrário, ficar dissecando toda experiência que eu vivia, criava falsas experiências. Eu não me permitia viver instintivamente nada. Se alguém me desse uma resposta com um tom um pouco diferente do esperado, isso me fazia criar inúmeras razões para justificar a maneira estranha de responder, e essas razões me levavam a imaginar situações e eu acabava me perdendo de novo em pensamentos. Eu tinha um controle muito raso do meu foco e isso me fez perder muitas coisas, até mesmo a paz. 


Essa mudança ainda está em curso, mas já consigo perceber o quanto eu estou vivendo as coisas melhor. O quanto as minhas inseguranças em relação às situações diminuíram. Eu costumava ficar imaginando possíveis respostas à ações minhas e isso me impedia de tomá-las. O que me deixava mais inseguro, o que me fazia ficar mais preso a meus pensamentos. Era realmente uma prisão que eu havia criado em minha mente. E essas inseguranças não permitiam algo que se expandia em mim, que relutantemente travava batalhas contra essa prisão por meio de mensagens que eu demorei bastante a captar. Elas não permitiam que eu fosse eu mesmo. Essa epifania desencadeou diversas outras, as quais me fizeram evoluir em instantes, racionalmente. Num âmbito emocional, ou ainda, físico, eu não havia ainda realizado essa mudança. Acredito que para surgir uma mudança completa, será necessário tempo e experiências.



Outra percepção desencadeada por essa epifania foi em relação a minha falta de praticidade e criatividade para criar escapes, ou improvisar. Devido a minha mente voltada apenas para mim mesmo, eu demorava mais para digerir informações. Por mastigar tudo que me era entregue, eu não tinha o costume de agir de forma prática, mas de ficar tentando entender o tom de cada sílaba pronunciada, eu acabava me distraindo ou demorando para poder calcular uma resposta. Isso, somado a minha insegurança de não agir com prontidão com medo da resposta alheia, me travavam ou me tornou lento em diversas situações. Uma prisão que puxava outra. Mas acredito que com o tempo, conseguirei me livrar de todas essas cadeias que criei. 

Amadureci de outras formas também. Assim como me tornei mais amargo. Experiências ruins me deixaram bastante desacreditado, e isso, talvez, tenha feito eu criar um laço muito forte comigo mesmo. De confiança pessoal. Não tenho mais desejo de me entregar plena e genuinamente a alguém, sem antes perceber um número ao menos centenário de razões para poder confiar nessa pessoa. Por viver muito em meu mundo, acabava projetando muito nos outros, eu mesmo. Achava que elas agiriam como eu, que quando eu fosse genuíno e verdadeiro, elas também seriam. Engano meu.

Eu não pretendo ler agora tudo que escrevi, mas espero que tenha deixado tudo claro e em um português intendível. Tenho o costume de começar a escrever algo*, voltar, escrever outra coisa e deixar fragmentos da última no texto, isso acontece muito, então se tiver algo que não consiga entender, tente remover uma palavra ou algo do tipo, porque não pretendo reler o post haha
Mas em breve voltarei com mais postagens - EM BREVE MESMO - e vou falar de roles, amigos, da Iza linda que veio aqui em BH e de muita coisa boa. Amo vcs <3 Aliás, depende de quem ta lendo...

*ou me avisa para que eu possa concertar o texto :P

2 Comentários

  1. A sua forma de escrever está mais madura <3 Não acho que você esteja amargo, mas com certeza está menos inocente e isso é muito sutil.

  2. Unknown says:

    Ser genuíno e verdadeiro é para poucos...
    Vc não se tornou amargo, vc está se tornando mais seguro de si!
    Amo vc!!

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